Desconstruindo mitos: psiquiatra faz apresentação de pesquisa sobre drogas como forma de inspirar projetos de pesquisa na Iniciação Científica.
Os(as) alunos(as) da 1ª série (EM) do Gracinha tiveram uma tarde repleta de aprendizados na última quarta-feira (4). Como parte das atividades de inspiração para os projetos de pesquisa que vão elaborar durante a Iniciação Científica, receberam o psiquiatra Thiago Fidalgo para ouvir sua experiência de estudos acadêmicos.
A trajetória do convidado logo impressionou. O psiquiatra é graduado na Universidade Federal de São Paulo (Escola Paulista de Medicina) e realizou pesquisas nas universidades de Columbia e Harvard, nos Estados Unidos. Em sua trajetória profissional, especializou-se no atendimento aos pacientes dependentes de álcool e outras drogas na Unifesp.
Em sua atividade clínica, assumiu a coordenação do Setor de Adultos e de Adolescentes do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad), do Departamento de Psiquiatria da Unifesp. Também no Proad, atua como orientador dos médicos que cursam a especialização em Psiquiatria, auxiliando-os em sua prática clínica.
Se a impressão inicial é de que geralmente a apresentação de projetos de pesquisas é enfadonha, logo de início os(as) alunos(as) perceberam um palestrante que provoca, escuta e responde. Thiago apresentou, em cada um de seus slides, afirmações do senso comum que se costuma ouvir sobre o tema das drogas.
O álcool é a droga que mais mata no mundo? Os mais pobres consomem mais drogas? As drogas tem efeito afrodisíaco? Fumar maconha é pior que cigarro? Crack é uma droga usada somente pelos mais pobres? O ecstasy é uma droga que não causa dependência? As perguntas trazidas foram sempre bastante debatidas pelos estudantes.
Após a inquietação inicial com cada um dos questionamentos, o psiquiatra apresentou elementos que ajudam a entender como a ciência enxerga o tema. Para além das opiniões superficiais, apresentou o que diz a literatura científica sobre o assunto, citou autores e pesquisas realizadas.
A conversa suscitou uma série de questões fundamentais para a elaboração dos projetos de iniciação científica. Qual a metodologia das pesquisas? Quais instrumentos são utilizados na investigação? O que caracteriza uma pesquisa científica? Num contexto de desinformação e negação da ciência, segundo Fidalgo, são perguntas cada vez mais vitais.