“As pessoas vivem os momentos juntos e têm eles para si singularmente. É como um beijo (…). A memória, então, só pode ser algo singular. Mas que, ao mesmo tempo, é necessariamente coletiva e plural.”
Nascido em 1995, o Projeto Memória continua sendo um longo e importante ritual de passagem para os adolescentes da 3ª série do Ensino Médio que estão encerrando a educação básica e ingressando na vida adulta.
“A cidade de São Paulo pode ser considerada outra protagonista da minha existência. (…) O tempo já começa a deixar algumas marcas em meu corpo que ainda saltita. Minhas origens permitem que estas linhas se formem de maneira meio confusa, refletindo o início da mistura em que me torno.”
A ênfase no texto escrito (poema/prosa), sempre reflexivo, passou com o tempo do foco na história do país para agregar a cidade como contexto para as reflexões pessoais. As disciplinas de História e Língua Portuguesa iniciais foram incorporando outras gradualmente: Biologia, Educação Física, Espanhol, Filosofia, Geografia, Inglês e Teatro. O processo é um longo e variado trabalho anual, composto por laboratório de texto autobiográfico, produção de textos com interface nas várias áreas do conhecimento, leitura compartilhada e individual em português, espanhol e inglês da coletânea de textos memorialistas, aulas de teatro, visitas ao Memorial da Resistência e ao Museu da Imigração, sarau, cineclube, indicação de atividades culturais na cidade, plantão de orientação durante o processo e de avaliação depois da entrega.
“(…) acredito no educar. O conhecimento que vive na cidade, o que está escondido em cada canto desconhecido, aquele que está no pátio das escolas, o de cada professor como ser, o dos camaradas que encontramos no caminho.”
O projeto desenvolve a criação de narrativas com reflexão crítica, a textualidade verbo-visual – forma, organização, criatividade e originalidade da apresentação -, o planejamento para a execução de propostas coerentes à temática e ao gênero textual, a qualidade gramatical e ortográfica da redação e sua variedade vocabular.
“Acobertar as lembranças mais doloridas e mais sorridentes com os respingos do inverossímil. Moldar, aos olhos vívidos, as imprecisões múltiplas do que um dia fui, do que um dia presenciei.”
O trabalho culmina numa solenidade com a presença das famílias, a Noite da Autobiografia, em que os autores podem optar por expor, ou não, suas produções. Neste ano, o Núcleo de Aprofundamento Vicky Bastos fechou a noite com a belíssima encenação de ‘Doze homens e uma sentença’.
“Para aqueles que gostam de um final definitivo e não aguentam serem deixados no limbo da dúvida, deixo esta frase para marcar o fim desta história: ‘Apesar de tudo o que passou, vivo na constante incerteza da minha realidade, porém amo cada segundo que passo com aqueles que estão incertos junto comigo’”
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