As crianças pequenas, de 4 e 5 anos, devem ser entendidas como sujeitos potentes e ativos que vivem uma intensa fase de observação, exploração e experimentação do mundo que as cerca.
Por meio das brincadeiras e interações que estabelecem com o meio e com os outros, as crianças desenvolvem processos cognitivo, físico, social, afetivo, cultural e linguístico. Essa é uma fase extremamente dinâmica da vida, onde serão formadas as bases para as capacidades físicas, intelectuais e emocionais. Nesse momento serão constituídas marcas da subjetividade, que vão instituir modos de ser, de estar e de agir no mundo.
Nessa perspectiva, a escola se constitui num espaço que deve garantir o pleno desenvolvimento de todas essas capacidades, por meio da escuta das diversas formas e linguagens com as quais as crianças se manifestam, garantindo a diversidade e as potências e capacidades singulares dentro do coletivo. assegurando ainda que os direitos de aprendizagem, descritos na BNCC, sejam seguidos. São eles:
• Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.
• Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.
• Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.
• Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.
• Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens.
• Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário.
Os direitos de aprendizagem citados acima são garantidos na relação dos educadores com as crianças e com o espaço. Espaço esse considerado como terceiro educador, que ativa a aprendizagem partilhada e fortalece as relações como construção política, social e cultural.
Na complexidade das relações de aprendizagem dentro do cotidiano oferecemos na escola a oportunidade do respeito ao tempo das crianças e o respeito a diversidade, garantindo o acolhimento, a investigação, a brincadeira e a interação.
Loris Malaguzzi, Jean Piaget, Lev Vygotsky, John Dewey e Maria Montessori são alguns dos pensadores que inspiram nosso projeto para a educação infantil.
Cabe ainda ressaltar a importância da participação, proximidade e parceria com as famílias, nesse momento em que se inicia a fase de escolarização das crianças.